segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ter ou não ter centroavante

Eu adorava conversar com um amigo sobre futebol. Esse meu amigo, cruzeirense, gostava, como eu, da formação sem centroavante, mas com a presença de um "falso 9", um atacante que transita mais livremente pelo ataque e meio-campo, mais rápido, que arma, dribla e finaliza com a alegria de um jogador de várzea no domingo à tarde.
Recentemente esse meu amigo parecia estar mudando de opinião. No começo, eu achei essa mudança uma loucura. Pareceu-me que isso aconteceu de forma repentina, sem explicação, pensei até que havia alguma razão misteriosa para ele defender para mim, seu parça, uma coisa na qual ele nunca acreditou (ele foi abduzido?, sofreu lavagem cerebral?, se converteu a alguma seita maluca?).
Apesar disso, o percebo em muitos momentos fascinado com as jogadas dos "falsos 9", não conseguindo conter nem esconder sua admiração e sua alegria.
Aos poucos, no calor das discussões em que nos envolvemos desde que ele mudou de lado, vou percebendo que de fato ele não mudou de opinião. Acontece que o Cruzeiro tem um "falso 9" maravilhoso, mas o time contratou recentemente meias laterais que funcionam muito bem e cruzam melhor ainda. Nessa situação, não ter um centroavante quebra o time, e o falso 9 do Cruzeiro não conseguia assumir esse papel devido à sua altura.
Ter ou não ter centroavante: isto acabou deixando meu amigo confuso. Cruzeirense roxo como ele é, não defender uma estratégia que dará mais chances de vitória a seu time era um absurdo, e ele, com todo o seu coração, fazia ferozes defesas à contratação de um centroavante pelo Cruzeiro. Ao mesmo tempo, sendo ele um amante de um futebol inteligente e bonito, a todo momento elogiava as virtudes e a supremacia dos "falsos 9" sobre o centroavante tradicional.

Coisas do futebol, essa loucura que mexe com nossa coerência e com nossa inteligência. 
Placa indicativa de extintor

Eu sou uma mentira. Uma coisa falsa. Já fui verdadeira, mas agora sou apenas uma mentira, apenas uma palavra e um símbolo mentirosos.
Ser uma mentira é mais importante que ser eu para mim, pois não sou tão poderosa quanto a minha mentira.
Estou com três cores: a do esquecimento e mal cuidado que é este branco de tinta, que ao pintarem a parede passaram sobre mim. Só podiam gastar com coisas inúteis como eu. Minha cor original e forte é o vermelho. Mas, o outro branco mais parecendo amarelo, mostra que não importo, mesmo sendo a maior mentirosa para todos. Água, está escrito, mas nunca encostei, nem sei como é a sensação de alguém que encosta nesta tal água. Nem sei o que é, apenas sei que isso existe porque faz parte de mim.

     Conheço a todos no lugar em que estou. Mas poucos destes me conhecem. Só não me explodo porque tenho meu melhor amigo que nunca me abandonou, como todos o fazem às 9:30 pm, diariamente. Não o conheço bem, mas ele é minha única opção de melhor e único amigo.